ESTÁ ESCRITO!

Dízimo! No Novo Testamento?

A LEI DO DÍZIMO E A CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ

 – Temos no NT somente quatro textos que falam sobre o dízimo, destes, dois são paralelos, Mt 23.23; Lc 11.42 à Depois temos Lc 18.12; Hb 7.2-9.

Tais textos, porém, não se referem a dízimos de cristãos do Novo Testamento; Nova Aliança.

Primeiros textos=> Mateus 23.23 e Lucas 11.42à respectivamente: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé, deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”.   (Mt 23.23)  “Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas e não deixar as outras”.  ( Lc 11.42 )

Neste caso, podemos claramente entender que ao finalizar Seu comentário, Jesus diz que eles deveriam continuar dando o dízimo e, inclusive, não se omitirem de praticar o restante da Lei.

Aqui cabe a seguinte pergunta:

1-Pergunta: A quem Jesus estava dirigindo suas Palavras e qual o teor destas palavras?

Resposta: Jesus se dirigia aos escribas e fariseus. Esses homens, vivendo o judaísmo regido pela Lei, confiavam na sua própria justiça e capacidade, no que tange à guarda da Lei.

Por isto apresentavam-se a Jesus na condição de salvos, justificando-se a si mesmos, pela prática da Lei mosaica; porém, desconheciam-no como Salvador, confiando nas suas próprias obras de justiça.

Comentário: Em Lucas 16.15, Jesus disse-lhes: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”

Observa-se que a tendência deles era permanecer debaixo da Lei, desconhecendo a Graça de Cristo. E mesmo não existindo no ser humano capacidade para guardar a Lei, Deus não proíbe ninguém de entrar por esse caminho, quando a pessoa faz questão de estar debaixo da Lei, mas nesse caso, então, exige dela a perfeição na prática de toda a Lei. Tiago nos alerta sobre tal situação. Vejamos: “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tg 2.10).

Foi essa a cobrança que Jesus fez aos fariseus, se quisessem entrar pela Lei, se achando em condições de guardá-la, o caminho estava aberto, porém que não fossem somente dizimistas, e que não desprezassem o mais importante da Lei:

1.”O juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23)

2.”O juízo e o amor de Deus”(Lc 11.42)

Se alguém argumenta que estas palavras não foram dirigidas a fariseus, mas sim a cristãos, pelo fato de Jesus ter incluído o juízo, a misericórdia e a fé, obras estas praticadas pelo cristianismo, vale lembrar que muitas obras do cristianismo estão incluídas na dispensação da Lei, como por exemplo: Não adulterarás, não matarás, não darás falso testemunho, amarás a Deus sobre todas as coisas, etc.

O que essas pessoas não entendem é que a Lei é ampla, contendo muitas obras do cristianismo e muito mais, como: circuncisão, dízimo, guarda de dias meses e anos, sacrifícios de holocaustos, abstinência de manjares, etc. e etc.

Paulo dá as características da preciosidade da Lei, dizendo: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”,  (Rm 7.12). Porém havia nela ordenanças divinas que ao homem é impossível realizá-las. Tanto que Paulo disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado”(Rm 7.14).

Podemos afirmar que a Lei é santa porque veio de Deus ( Lv 18.5 ); tão boa que Jesus a consumou ( Jo 17.4 ) ; e tão justa que Cristo morreu por ela ( Cl 2.14) , realizando assim o seu cumprimento (Mt 5.17)

Vale salientar que aquele que quiser viver na prática da Lei (se achando com capacidade para guardá-la) não pode desprezar o mais importante dela: O juízo, a misericórdia e a fé.
Veja que Paulo fala aos Gálatas, dizendo: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei” (Gl 5.3).

Essa “toda a Lei” que Paulo fala que deve guardar o homem que se deixa circuncidar, obviamente inclui o principal dela: o juízo, a misericórdia e a fé; pois fazem parte da dispensação da Lei, mas nem por isso o cristão deve se circuncidar; pois está escrito: “Se o crente se circuncidar, Cristo de nada aproveitará. (Gl 5.2)

 Diante deste esclarecimento, alguém pode perguntar:

Problema nº 1 = mas não existe só um caminho?

Não, é a resposta. Existe só um caminho se levarmos em conta a incapacidade humana. Mas, matematicamente, existem dois caminhos:
1º) O da salvação pela Graça que há em Cristo Jesus (a Nova Aliança).

2º) O da salvação pela Lei dada por Deus, por intermédio de Moisés (a Antiga Aliança, chamada Lei de Moisés).

Problema nº 2 = Por que então Jesus disse: “Eu sou o caminho”? Exatamente, levando em conta a incapacidade humana.

A justiça pela Lei de Moisés foi o primeiro caminho, oferecido por Deus, para a salvação da humanidade, segundo Levíticos 18.5, que diz: “E dei-lhes os meus estatutos e os meus juízos pelos quais cumprindo-os o homem viverá por eles ”, veja também, Ez 20.11.

Paulo, escrevendo aos romanos, confirma esta condição de salvação ao declarar: “Ora, Moisés descreve a salvação que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas”.       (Rm 10.5)

Este é o caminho da salvação pela Lei (fora da Graça de Cristo), (Gl 5.4).

Porém, todo cristão esclarecido tem pleno conhecimento de que no homem não existe justiça suficiente para realizar a perfeição da exigência da Lei, pois está escrito: “Não há um justo, nem um sequer ”(Rm 3.10; Sl 53.2-3).

Contudo, o caminho da salvação pela prática da Lei continua aberto, isto é, à disposição de alguém que queira confiar na sua própria capacidade, como faziam os fariseus.

Existem várias referências bíblicas que confirmam que a Lei permanece como caminho para salvação.

Para um melhor esclarecimento, comecemos interpretando o capítulo 10, versículo 19 da Epístola aos Hebreus, quando o escritor declara: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

No versículo acima, o escritor se refere a Novo Caminho; isto quer dizer que existe outro caminho (o Velho Caminho); Velho, obviamente, porque veio antes do Novo.

No capítulo 8, versículo 13 do mesmo livro, o próprio escritor acrescenta: “Dizendo a  segunda aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de se acabar”.

Observemos, então, que a Lei não se havia acabado.

Problema nº 3 = Quando então se acabará?

Resposta: A Lei só se acabará quando não existir mais ninguém confiando na carne. (na sua própria capacidade), querendo usá-la como meio de salvação.

O capítulo 4 do livro “O Sábado, A Lei E A Graça”, escrito por Abraão de Almeida, publicado pela CPAD (Casas Publicadoras das Assembléias de Deus), diz o seguinte: “A Lei continua santa, boa e justa, mas, não estamos mais sujeitos a ela”.

Paulo, escrevendo a sua Primeira Epístola a Timóteo, expressa-se sobre o assunto, dizendo: “ Sabemos, porém, que a lei é boa , se alguém dela usa legitimamente”. (1 Tm 1.8), aqui, ele demonstra estar aberto o caminho da salvação pela Lei. Igualmente observemos os versículos transcritos a seguir:

a) Rm 2.25: “A circuncisão é, na verdade proveitosa, se tu guardares a lei”.

b) Gl 5.3: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei”.

c) Rm 2.13: “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei, hão de ser justificados”.

d) Gl 3.12: “Ora, a lei não é da fé, mas, o homem que fizer estas coisas, por elas viverá”.

Observamos pelos textos acima citados que a Lei permanece à disposição da perfeição humana. Por isto, Jesus não condenou os fariseus por quererem guardar a Lei, mas sim os advertiu para que, neste caso, então, guardassem toda a Lei.

Muitos pregadores de dízimos se apegam tanto a esta Lei (Ml 3.10) que até pregam que o cristão que não paga o dízimo não entra no reino dos céus, nem pode estar em comunhão com o povo de Deus.

A respeito dessa heresia, inclusive, temos documentos em mãos, os quais dizem ser o dízimo uma dívida financeira que o cristão tem para com Deus.  Desta forma, os que assim pregam, inutilizam o Completo Sacrifício que Cristo fez na Cruz do Calvário em resgate da humanidade; pois o próprio Jesus, ao entregar o Espírito a Deus, declarou: “Está consumado”. (Jo 19.30; Lc 23.46).

Querem ser resgatados da sua vã maneira de viver com a tradição que receberam de seus pais através de pagamentos de dízimos e demais obras mortas.

Pedro, escrevendo a sua Primeira Epístola, afirma: “Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes de vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.”        (1 Pe 1.18-19). Confira ainda: Ap 22.17; At 15.10-11; Ef 2.8-9; Mt 20.28; 1Tm 2.6; Rm 3.24.

Os cobradores de dízimos até parecem desconhecer a Graça de Cristo e o que significa: “Misericórdia quero, e não sacrifícios.” (Mt9.13).

Vimos, portanto, o espírito da mensagem que o texto em estudo expressa, porém muitos são os obreiros que o tomam como uma das bases para cobrança de percentual dos cristãos.

Ainda alegam que Jesus está autorizando tal cobrança aos cristãos, apresentando a parte final destes versículos: “Deveis, porém fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23.23). “Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras” (Lc 11.42).

Como já esclarecemos acima, ao terminar Seu comentário, Jesus diz que os escribas e fariseus não deveriam deixar de pagar o dízimo, pois fazia parte da Lei que eles persistiam em guardar.

Observe, ainda, o leitor, que o dízimo ali não é o objetivo principal, e sim está sendo usado como argumento para levar aqueles homens, que viviam apenas de aparência, ao conhecimento do seu erro. (Lucas 18.11-14).

11 “O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.

12 Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto possuo.

13 O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos aos céus, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador.

14 Digo-vos que este desceu justificado, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilhar será exaltado”.

No texto supracitado, encontramos Jesus criticando, mais uma vez, os fariseus por confiarem em suas obras de justiça, e justificando um publicano por reconhecer seu estado de pecaminosidade, humilhando-se diante de Deus.

É dentro dessa mensagem que aparece pela segunda vez o dízimo no Evangelho de Lucas. O leitor pode observar que novamente Jesus faz referência ao dízimo de homens que estavam debaixo da Lei. Se o leitor for sincero, haverá de concluir que, neste texto, Jesus não está impondo o dízimo aos cristãos.

Hebreus Capítulo 7 à Apresentamos esta parte dividida em dois pontos para melhor clareza.

Ponto 1: Um resumo geral do que o escritor procura apresentar neste capítulo.

Ponto 2: Destaque para os versículos que são especificamente tomados por base para cobrança do dízimo.

1- Os cristãos hebreus, por terem vindo do judaísmo e seus preceitos, tinham tendências a sustentar rudimentos do Antigo Pacto (a Lei), tais como: circuncisão, sacerdócio levítico, etc. e etc.

(At 15.5-6). Sendo assim, o escritor procura mostrar, neste capítulo 7, a absoluta superioridade de Jesus sobre o sacerdócio levítico, que era segundo a Lei, ou seja, agia de acordo com a Lei, versículo 5

Procura mostrar também que a obrigatoriedade da Lei havia tido o seu tempo exclusivo e que já havia cessado, conforme versículo 28, que diz: “Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre”.

Em resumo, o que o autor procura transmitir neste capítulo é a superioridade de Cristo, algo que ele faz em sequência.

Primeiro apresenta a superioridade de Melquisedeque sobre o sacerdócio levítico, que aparece nos versículos 4 a 10; em seguida apresenta a superioridade de Cristo sobre o sacerdócio levítico, versículos 11 a 28.

Essa superioridade de Jesus sobre tudo e todos está resumida no primeiro versículo do capítulo 8: “Ora, em suma, do que temos dito, é que temos um sacerdote tal (tal aqui significa indescritível) que está assentado nos céus, a destra do trono da Majestade”.

O fato de o escritor aos Hebreus ter usado o dízimo de Abraão a Melquisedeque como argumento para mostrar a superioridade de Cristo, não significa que está ordenando a cobrança de dízimo para os cristãos.

Os levitas cobravam dízimos segundo a Lei (de Moisés), é o que nos fala o versículo 5, que diz: E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei , de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.

A expressão “têm ordem segundo a lei” deixa claro que o dízimo fazia parte da Lei, pois diz: “segundo a lei”. Observe que o escritor faz questão de esclarecer que a cobrança do dízimo não era feita dos cristãos, quando diz: “do povo, isto é, de seus irmãos”. Não disse “dos nossos irmãos”, mas, “dos seus irmãos” (dos irmãos espirituais dos sacerdotes levíticos, que ainda andavam na Lei e não viviam na Graça de Cristo).

Onde aparece a Igreja primitiva pagando ou recebendo dízimos? Aparece, sim, recolhendo ofertas voluntárias para diversas necessidades e finalidades. Veja capítulo 12 deste livro.

A lei no cristianismo é outra; observemos o versículo 12: “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”.

O cristianismo está na lei da liberdade, Tg 1.25: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito”.

E também, Tg 2.12: “Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. Não é mais a lei da aliança levítica, isto é, de mandamentos carnais. (Hb 7.18-19).

Portanto, irmãos, convêm que consideremos a advertência de Paulo: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão”.         ( Gl 5.1 )

Hebreus 7.8 – “E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive”.

Na primeira parte, ele está fazendo menção ao sacerdócio levítico, que era composto de homens mortais, conforme versículo 5.

A palavra “aqui” se refere a essa menção. Seria o mesmo que o autor dizer: Aqui (neste caso, nesta situação que expomos a vocês, irmãos) quem cobra dízimos são homens que morrem.

Quais homens?

Os levitas. Pois o sacerdócio levítico continuava quando foi escrita esta epístola, tanto que no capítulo 8, versículo 4, o escritor, comentando sobre Jesus, diz: “Ora, se Ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei”.

Então, o “Aqui” não está fazendo referência aos pastores, presbíteros e outros obreiros do cristianismo como muitos supõem e ensinam, mas sim a sacerdotes levíticos, pois eram eles quem cobravam dízimos.

Já, na segunda parte, quanto à palavra “ali ”, ela não passa de uma referência a Melquisedeque ali no passado. Seria o mesmo que o autor dizer: “Ali (naquele caso, naquela situação, no tempo de Melquisedeque) aquele de quem se testifica que vive”.

O “Ali” não está fazendo referência a Jesus, como alegam. O dízimo não é segundo a Lei, conforme versículo 5?

Então, como pode Jesus estar lá no céu cobrando ou recebendo algo segundo a Lei, a qual Ele já cravou na cruz? (Cl 2.14).

Por fazer parte da Lei, o dízimo foi abolido pela Graça. Depois que a fé veio já não estamos debaixo da Lei: “Separados estais de Cristo, vós, os que vos justificais pela lei: da graça tendes caído”.       (Gl 5.4).

Muitos tentam, de toda maneira, torcer alguns textos bíblicos em favor de seus pontos de vista, para fabricar argumento a fim de colocar preço à salvação cristã.

Alguns até aplicam o dízimo ao cristianismo, sob alegação de Jesus ter sido comparado à semelhança de Melquisedeque, quando este no seu ministério recebeu dízimo de Abraão, porém, esta não deixa de ser, também, uma alegação absolutamente equivocada e sem fundamento espiritual.

Pois neste caso, então, teríamos também que praticar as obras do ministério de Moisés! Porque se Jesus foi comparado à semelhança de Melquisedeque, também o foi, e muito mais, à semelhança de Moisés!

Quando Deus reuniu o povo israelita ao pé do Monte Sinai para lhe determinar as obras do ministério de Moisés, isto é, a Lei dos mandamentos, o povo temeu a voz do Senhor, porque havia grandes maravilhas naquele lugar.

Pois o Senhor descera em Fogo. Deus falava em alta voz, e havia trovões e relâmpagos. E o povo vendo isso, encheu-se de temor e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: fale tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos.

Então o Senhor disse a Moisés: “bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.

E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele ”(Dt.18.15-19; Ex. 20.18-19).

Irmãos, a síntese de tudo isto, é que Este Profeta que o próprio Deus compara à semelhança de Moisés, não é outro senão Jesus Cristo!

Mas nem por isto temos que praticar as obras do ministério de Moisés! (Jo 1.17).

Quando Pedro realizou a cura do coxo, na porta formosa do templo, e querendo apresentar Jesus Cristo e o Seu poder de salvação para o povo que estava maravilhado e atônito diante de tal realização, não se referiu à Melquisedeque, mas buscou à semelhança de Moisés, dizendo : “porque Moisés disse: o Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser”. (At 3.22).

Da mesma forma, Estêvão, no auge de sua revelação, tendo o seu rosto como o de um anjo, ao proferir palavras de salvação, e querendo apresentar Jesus e Sua grandiosidade para o povo, também usou à semelhança de Moisés, dizendo: “porque Moisés disse aos filhos de Israel: o Senhor, vosso Deus, vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis”         (At 7.37).

Estêvão, também não se referiu à Melquisedeque para demonstrar o poder e a superioridade de Jesus, mas sim baseou-se na semelhança de Moisés. Então vemos que Moisés foi mais vezes comparado à semelhança de Jesus do que Melquisedeque. No entanto não temos que praticar as obras do ministério de Moisés!

Porque uma coisa é certa: mesmo Moisés e Melquisedeque sendo comparados à semelhança de Jesus, não os foram na autenticidade!

Ninguém é igual a Jesus. Porque está escrito: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos”  (At 4.12).

Veja também (1Tm 2.5). Nem em Moisés, nem em Melquisedeque, nem em outro qualquer, por mais privilegiado que seja na expressão bíblica, há poder de redenção. Tanto que ninguém pode ser batizado em Moisés, tampouco em Melquisedeque, mas somente em Jesus.

Tanto as obras do ministério de Moisés como as obras do ministério de Melquisedeque eram boas, o que faltou em ambos foi a capacidade de cumpri-las por nós.

Mas Jesus, como nosso Redentor, tomou as obras do ministério de Melquisedeque, que eram: sacrifícios de animais, circuncisão, dízimos etc. etc., as quais já estavam enquadradas na Lei de Moisés, e as cumpriu por nós, para que fossemos salvos pela Sua Graça, isto é, para que revestidos de Cristo já estivéssemos no cumprimento de tais obras; bem compreendido, nos alimentando no que Cristo já cumpriu.

Por isto que Jesus declara: “ Assim como o Pai que vive me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta, também vivera por mim” (Jo 6.57), e também,  (Rm 4.5; Jo 15.5).

O texto que narra a história do livro selado com sete selos, que estava na mão do Todo-Poderoso (no capitulo 5 de Apocalipse), mas uma vez nos deixa claro a inigualdade de Jesus, quando o livro precisava ser aberto e desatados os seus selos: um anjo forte, bramando com grande voz, desafiava dizendo: “Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?

E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro nem olhar para ele”.  (Ap 5.2-3).

Enquanto isso João chorava muito, porque a nossa salvação dependia de alguém que pudesse abrir o livro e desatar os seus sete selos.

Porem, nessa hora, nem Moisés, nem Melquisedeque, nem algum outro foi digno disto. Porque diz que ninguém foi achado digno para tal. Mas um dos anciãos confortou à João, apresentando o Incomparável Jesus Cristo, o Inigualável Reis dos reis, o Único Salvador, dizendo: “ Eis ai o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos” (Ap 5.5).

Irmãos, vale novamente ressaltar que, mesmo Jesus sendo comparado à semelhança de Moisés e Melquisedeque, mas não O foi na autenticidade!

Conclusão: ninguém é igual a Jesus. Ele é Incomparável, Único Salvador. A Ele, glória para todo o sempre. Amém. A doutrina do dízimo é anti-bíblica para o cristianismo. A Igreja só começou a cobrar dízimo por volta do ano 600 d.C. Sabemos que nessa época a sua administração já havia se corrompido, devido a alguns gananciosos obreiros que à ministravam. Paulo, prevendo coisas deste tipo, instruiu os anciãos da igreja de Éfeso, dizendo: “Porque eu sei isto: que depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis que não perdoarão o rebanho” (At 20.29).

No versículo 33 ele justifica-se: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro”. Sabia ele que, quando os lobos entrassem na administração da Igreja, iam cobiçar prata e ouro. Nessa cobiça forçam até os pobres necessitados a praticarem a lei do dízimo,  (Mt 23.4). Seus objetivos são de buscar glória material para serem ricos e de nada terem falta (Ap 3.17-18).

Mas Paulo adverte, no capítulo 6 da sua Primeira Epístola a Timóteo, que não entre por esse caminho, praticando esse tipo de obra. No versículo 10 ele diz: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males”. E no versículo 11: “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão”.

O cristão deve contribuir, pois sua contribuição faz parte da obra de Deus. O crente, verdadeiramente convertido à Cristo, recebe pelo Espírito Santo o impulso para contribuir.

Há também vários incentivos bíblicos concernentes à contribuição, aliados a grandes e belas promessas; por isto encontramos a linda frase em Atos 20.35, dizendo: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”.

Desta maneira o cristão contribui espontaneamente, não pela lei de mandamentos carnais, mas pela lei da liberdade, segundo o sentimento do coração, conforme a expressão de Tiago, capítulo 1, versículo 25: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado nos seus feitos”, confira também Tg 2.12.

A lei da liberdade dispensa a ordenança de percentual, mas interessa-se no propósito do coração, haja vista a expressão de Paulo na sua Segunda Epístola aos Coríntios 9.7: “Cada um contribua segundo o que propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria”.

Ao crente que tem consciência de sua responsabilidade diante de Deus, não é preciso que lhe determine a quantia ou o percentual que deva contribuir, pois contribui com o máximo que puder.

A viúva pobre, quando deu o que tinha (o máximo que podia Lc 21.1-4), não o fez com base em dízimo, mas em contribuição espontânea.

A denominação evangélica que ordena o percentual de contribuição, demonstra dúvida quanto à espiritualidade dos seus membros, visto que 1 Timóteo 1.9-10 declara que a lei não é feita para os cristãos, mas para os ímpios, para os profanos, para os que são contra a sã doutrina.

Muitos irmãos inquirem: “visto que o dízimo realmente não foi praticado pela Igreja cristã primitiva, como ele se infiltrou nas Igrejas evangélicas de hoje?”

O dízimo, no Novo Testamento , surgiu a partir do século VI, implantado pela Igreja Católica. Mas só com o apoio da legislação comum, na época de Carlos Magno (séc.VIII), tornou possível à Igreja receber regularmente os dízimos.

No ano de 1890, quando a Igreja foi separada do Estado, o dízimo foi novamente abolido. Pois a partir desta data, o catolicismo preferiu voltar a receber somente ofertas voluntárias por parte dos fiéis, de acordo com a tradição cristã primitiva. Porém, isso não durou para sempre, pois atualmente o catolicismo voltou à prática do dízimo e até do cêntimo.

No entanto, não temos dúvida de que o dízimo, no Novo Testamento, foi implantado pela Igreja Católica, e consequentemente adotado por muitas Igrejas evangélicas.

(Bem compreendido, o dízimo não foi inventado pela Igreja Católica, mas sim implantado no cristianismo pela Igreja Católica).

Portanto, podemos afirmar, à luz da Bíblia, que o dízimo realmente nunca foi uma prática da Igreja cristã primitiva. Pois o apóstolo Paulo pregava: “cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” (2Co 9.7).

Portanto, caros cristãos, não podemos nos deixar influenciar pelo espírito legalista, ou seja, não devemos de forma alguma associar a contribuição cristã a cumprimento de percentual.

Os defensores do dízimo alegam o seguinte: “O dízimo é um percentual de referência mínima para estabelecer o piso de contribuição cristã”. Mas, na realidade, tal alegação não confere com a verdadeira doutrina cristã. Pois segundo o ensinamento do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, o Espírito da Graça não estabelece nem piso nem teto de contribuição. O percentual preestabelecido como contribuição mínima (como alegam) é pura lei de mandamento carnal.

A contribuição cristã tem objetivo único de ajudar a obra de Deus, e não de cumprir um percentual. O que passa disto é atitude puramente legalista, vinda de instrutores que, ainda, não conhecendo a justiça do Espírito da graça, querem estabelecer a sua própria justiça.

Não nos resta dúvida de que o obreiro tem o direito e o dever de apresentar as necessidades financeiras da obra e incentivar a contribuição, mas não tem o direito de determinar o valor ou o percentual com que cada um deva contribuir.

Tal condição não deve ser aceita: “Estai pois firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão ” ( Gl 5.1 ), “Mas se sois guiados pelo Espírito não estais debaixo da lei ” ( Gl 5.18 ).

O verdadeiro cristão, por ser cheio do Espírito Santo, é obviamente dotado do Seu fruto que é: amor, bondade, benignidade, justiça, generosidade etc., o qual, sem dúvida, lhe proporciona condições para determinar o valor com que deva contribuir, dispensando assim o percentual padronizado pela Lei.

 

(Zeitgenössische orthodoxe Theologie)

 

A Volta do Senhor

A Bíblia ensina que Jesus voltará e esta volta deveria ser clara a todas as pessoas, principalmente as seguintes questões:

 

Quando Jesus voltará?

 

Como?

 

E o que acontecerá, quando Cristo voltar?

 

Estas perguntas têm respostas simples na Bíblia, mas tornaram-se complicadas e confusas por causa do acréscimo de especulações e doutrinas humanas. Este estudo, primeiro, examinará o que a Bíblia claramente ensina e depois mostrará as falhas das teorias humanas mais ensinadas.

Quando?

“Mas a respeito daquele dia e hora, ninguém sabe nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:36-39).

 

“Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13:32).

“Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Tessalonicenses 5:1-3).

 

Ninguém sabe quando Cristo voltará. O próprio Cristo não sabia. Sabemos somente que ele voltará inesperadamente, sem aviso. Quem quer que se proponha a marcar uma data para a volta do Senhor pensa que sabe algo que nem Jesus, nem os anjos sabiam.

Sempre temos que permanecer preparados para a volta do Senhor. “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá” (Mateus 24:42-44).

Já que nunca sabemos quando o ladrão pode chegar, temos que manter nossas casas sempre fechadas. Já que não sabemos quando o Senhor voltará, temos que sempre viver fielmente. A natureza imprevista da volta do Senhor significa que é impossível olhar em volta buscando sinais, numa tentativa de calcular uma data aproximada.

Ninguém tem qualquer ideia de quando o Senhor pode voltar. Ele pode voltar antes que você termine de ler isto; ou poderiam se passar outros 2000 anos a partir de hoje. Que possamos estar sempre prontos!

Como?

“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”.

(1 Tessalonicenses 4:16-17).

 

Quando Jesus retornar, todos saberão. A ideia de uma volta secreta do Senhor para, em silêncio, carregar uns poucos, é desconhecida nas Escrituras. A voz do arcanjo e o som da trombeta, com certeza, não são sinais silenciosos e secretos.

O Que acontecerá?

Já vimos que os mortos ressurgirão quando Cristo voltar. Em João 5:28-29 Jesus disse que todos os mortos (os justos e os ímpios) ouvirão sua voz, ao mesmo tempo, para saírem de suas tumbas. 1 Coríntios 15:50-55 indica que aqueles que ainda estiverem vivos, no retorno de Cristo, serão transformados de modo que possam herdar o reino de Deus, com corpos glorificados e incorruptíveis.

Quando Cristo voltar, o mundo será destruído pelo fogo. “Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.

Visto que todas essas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão” (2 Pedro 3:10-12).

Muitos estão esperando que Cristo volte e fique na terra por muitos anos; mas isto será impossível, desde que a terra será destruída quando ele voltar.

Quando Cristo retornar, ele levará todos os homens para encontrá-lo no julgamento. Mateus 25:31-46 descreve o julgamento, minuciosamente.

Aqui, Jesus disse que isso acontecerá quando ele voltar (v. 31). Paulo, também, falou do julgamento que acontecerá, na volta de Cristo. “E a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho do nosso Senhor Jesus.

Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos, e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquando foi crido entre vós o nosso testemunho)” (2 Tessalonicenses 1:7-10).

Quando Cristo voltar, ele devolverá o reino a Deus. “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.

E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Coríntios 15:23-26). Cristo está reinando agora.

Ele reinará até que o último inimigo seja destruído. Então ele devolverá o reino ao seu Pai. O último inimigo é a morte. Cristo destrói a morte pela ressurreição.

Portanto, quando Cristo voltar e levantar todos os homens, ele estará destruindo o último inimigo e entregará, então, o reino ao Pai, para que ele reine eternamente.

Cristo voltará visível, em tempo inesperado e desconhecido.

Quando ele voltar:

– Todos os mortos serão ressuscitados.

– Os viventes serão transformados.

– A terra será destruída.

– Todos os homens serão julgados.

– O reino será devolvido ao Pai.

Estes pontos são simples e claramente vistos nas passagens anotadas. O problema começa ao tentar reconciliar estes ensinamentos bíblicos básicos com as doutrinas produzidas pelos homens. As anotações seguintes examinam várias objeções frequentemente levantadas contra estas claras verdades da Bíblia.

 

Objeções e Perguntas:

E sobre o estabelecimento do reino de Cristo?

O Velho Testamento predisse a vinda do reino de Cristo. “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. O Senhor enviará de Sião o cetro do seu poder, dizendo: Domina entre os teus inimigos” (Salmo 110:1-2).

É interessante que o Novo Testamento cita esta passagem muitas vezes e mostra que ela foi cumprida quando Cristo subiu de volta ao Pai. “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:33-36).

Deus já instalou Cristo como rei. Estude também Mateus 28:18; Efésios 1:20-23; e Apocalipse 19:16. Os cristãos já estão no reino de Cristo. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1:13). “E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém. . . .

Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulalção, no reino e na perseverança, em Jesus. . .” (Apocalipse 1:6,9). Frequentemente, Apocalipse 20 é citado para tentar provar um futuro reino de Cristo, de 1000 anos, aqui na terra. Mas, de acordo com o contexto de Apocalipse 20, são os mártires descritos em 6:9-11 que estão ressuscitados, para sentarem-se em tronos e reinarem com Cristo no céu.

Apocalipse 20 não discute um reino com Cristo fisicamente presente na terra. Às vezes, algumas pessoas argumentam que Cristo não pode estar reinando sobre a terra agora, porque muitas pessoas o desobedecem. Mas a desobediência não é prova de que Cristo não está reinando. Um rei pode reinar sobre um reino físico na terra e, entretanto, alguns podem desobedecê-lo. No fim, Cristo punirá a desobediência (estude a parábola em Mateus 13:24-30,36-43). Jesus nunca teve a intenção de estabelecer o tipo de reino material que alguns pensam que vai acontecer (João 18:36).

E sobre as promessas de Deus aos judeus?

Deus prometeu dar a Abraão e seus descendentes, os judeus, a terra de Canaã. Ele cumpriu essa promessa completamente (Josué 21:43-45; Neemias 9:7-8). Se os judeus conservariam essa terra ou não, isso dependeria de sua fidelidade ao Senhor (Deuteronômio 28:58,63). Por causa de sua infidelidade os judeus perderam seu direito à terra prometida.

Deus também prometeu abençoar os judeus e todas as nações com a vinda de Cristo. As bênçãos espirituais em Cristo não foram destinadas a todos com sangue de Abraão em suas veias, mas àqueles que compartilham a fé de Abraão (Romanos 2:28-29; 4:16-17; 9:6-8; 11:1-5; Gálatas 3:6-9).

O Velho Testamento tinha predito claramente que os gentios fiéis também seriam trazidos para partilhar igualmente as bênçãos dos judeus fiéis (Gênesis 12:3; Isaías 2:1-4; 11:10-12; Zacarias 8:23). Paulo disse que atualmente: “Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).

Muitas das promessas dos profetas do Velho Testamento são mal entendidas e, portanto, mal aplicadas a algum tipo de reino material de Cristo na terra. Muitas das profecias do Velho Testamento descrevem o reino de Cristo em um tempo de paz e prosperidade.

Há pessoas que compreendem mal e imaginam que elas estão falando de uma paz e uma fartura material; mas não estão. Estas profecias do Velho Testamento têm que ser espiritualmente entendidas. Passagens como Isaías 11:1-10 e Amós 9:11-15, que são frequentemente aplicadas a algum futuro reino material de Cristo, são ditas por escritores do Novo Testamento como tendo sido cumpridas espiritualmente no reino de Cristo agora (Romanos 15:12; Atos 15:13-18).

É muito importante que permitamos que a revelação que Deus fez no Novo Testamento tenha prioridade na explicação do que ele pretendia nas profecias do Velho Testamento.

E sobre os sinais dos tempos?

Em contraste com o ensinamento de Jesus em Mateus 24:37-44, que o tempo de sua volta seria um período comum, sem sinais especiais, há muitos que ensinam hoje em dia que podemos saber que a volta de Jesus está próxima se olharmos para os sinais dos tempos. Este ponto de vista está baseado num mau entendimento de: “E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mateus 24:6-8).

Observe o assunto desta passagem. Em Mateus 24:1-2, Jesus falou sobre a destruição do templo e de Jerusalém, o que ocorreu 40 anos mais tarde, em 70 d.C.

Os discípulos no versículo 3, perguntaram quando estas coisas aconteceriam e também sobre sua última volta. Jesus, primeiro, respondeu à pergunta sobre a destruição de Jerusalém. Ele advertiu, nos versículos 4-14, que muitas coisas aconteceriam, mas que não ficassem alarmados. Estes não seriam ainda os sinais do fim de Jerusalém. Então, ele lhes contou o que o sinal realmente seria, no versículo 15, e advertiu-os para que fugissem quando o vissem. No versículo 34 Jesus disse: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mateus 24:34). Tudo, até o versículo 34 deste capítulo, tinha que acontecer antes que aquela geração terminasse.

Muitas pessoas olham para achar os sinais da volta de Cristo neste trecho do capítulo que está falando sobre a destruição de Jerusalém, e até mesmo no trecho que mostra as coisas que não foram sinais desta destruição.

Quando as pessoas citam os acontecimentos de Mateus 24:6-8 como sinais da volta do Senhor, elas ignoram o contexto. É no versículo 35 que Jesus começa a falar sobre sua segunda volta, e não antes.

E sobre as duas ressurreições?

A Bíblia ensina que todos os mortos ressurgirão ao mesmo tempo.

“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5:28-29).

Veja também Atos 24:15. De fato, aprendemos em João que a ressurreição e o julgamento ocorrerão no mesmo dia (João 6:54; 12:48)

Algumas pessoas tentam provar que haverá duas ressurreições da matéria, citando Apocalipse 20. Mas esta passagem não trata de ressurreições da matéria.

O assunto central do Apocalipse é a pergunta de 6:10. Neste versículo, as almas daqueles decapitados por amor de Cristo estão em baixo do altar do céu, perguntando por quanto tempo ainda esperariam até que fossem vingados e quando aqueles que os mataram seriam julgados.

É dito a eles que esperem um pouco mais. Quando o livro se abre, vemos o julgamento de Deus sobre aqueles que mataram os primeiros cristãos. Finalmente, no capítulo 20, vemos esses mártires sendo levantados e saindo debaixo do altar do céu, para se assentarem nos tronos da vitória. Esta ressurreição não tem nada a ver com a ressurreição de nossos corpos da cova, mas é uma ressurreição das almas no céu.

As passagens que tratam da ressurreição dos corpos mortos da terra (João 5:28-29, etc.) ensinam claramente que todos serão ressuscitados ao mesmo tempo.

E sobre a grande tribulação?

Está na moda ensinar que Jesus voltará secretamente e arrebatará seus fiéis, e que o mundo então passará por um período de 7 anos de sofrimentos.

A ideia desse período de 7 anos de tribulação, quando o Senhor voltar, não é nem sequer sugerido na Bíblia, muito menos ensinado.

A Bíblia certamente ensina que os cristãos sofrerão tribulação (João 16:33; Atos 14:22; 2 Timóteo 3:12). E há períodos de tribulação ainda maior, tal como o que ocorreu quando Jerusalém foi destruída (Mateus 24:21) ou como aquele que as igrejas do Apocalipse sofreram (Apocalipse 1:9; 2:9-10; 7:14).

Mas nenhuma passagem da Bíblia menciona um período especial de 7 anos de tribulações na volta de Cristo.

E sobre o anticristo?

A palavra anticristo é mencionada em 3 capítulos da Bíblia: “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto não eram dos nossos; porque se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. . . . Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1 João 2:18-19,22). “E todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo” (1 João 4:3). “Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo a fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo” (2 João 7).

A ideia moderna do anticristo é a de um futuro líder político, que se levantará dentre os incrédulos para se empenhar em um conflito militar contra Cristo. Mas estes textos bíblicos falam de muitos, não de um só. Eles falam de anticristos que estavam presentes, não de futuros. Eles dizem que eles se levantam dentre os cristãos, não dentre os incrédulos. As escrituras mostram que os anticristos são falsos mestres, e não líderes políticos. E falam de um conflito espiritual, e não militar, contra Cristo. É de admirar-se que uma ideia, tão completamente oposta ao que as Escrituras ensinam, possa ter sido tão largamente aceita.

Em qualquer estudo sério da Bíblia, temos que deixar as ideias humanas e as especulações de lado e voltar a um exame cuidadoso das Escrituras em contexto. Quando fazemos assim, o ensinamento sobre a volta de Cristo fica bem claro.

(Zeitgenössische orthodoxe Theologie)